terça-feira, 13 de novembro de 2012

Kassab anuncia apoio a reeleição de Dilma em 2014



ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

 
O prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, anunciou nesta terça-feira (13) apoio "pessoal" à possível candidatura à reeleição da presidente Dilma em 2014. As declarações de Kassab ocorreram após jantar realizado na noite dessa segunda-feira (12) com a Dilma. Segundo o prefeito, na ocasião, além de política também foi tratado a questão da dívida de São Paulo.
Kassab diz que PSD ainda não está na base aliada de Dilma
"Posso falar por mim, meu sentimento, minha vontade é que nós possamos caminhar em 2014 com a presidenta Dilma e seu projeto de reeleição. É um sentimento pessoal não tenho direito em falar em nome do partido", disse o prefeito que recebeu na manhã de hoje o prêmio Transparência e Fiscalização Pública de 2012, na Câmara dos Deputados.
Apesar da declaração de apoio à reeleição da petista, Kassab disse que o partido ainda não decidiu formalmente a inserção na base aliada do governo no Congresso.
"Não foi discutido isso. Todos sabem que o partido hoje tem entre seus integrantes alguns que vieram do apoio à candidatura do PSDB, em 2010, como eu. E outros que vieram da candidatura do PT", afirmou.
Sobre uma vaga na Esplanada dos Ministérios, o prefeito disse que enquanto o partido não se reunir e formalizar o apoio à Dilma não teria sentido a legenda ganhar um cargo no primeiro escalão do governo.
"O importante é ter primeiro uma definição do partido em relação o que vamos fazer em 2014. Definido nosso posicionamento, caso seja esse direcionamento feito em relação ao apoio da presidenta, ai seria uma honra muito grande [integrar o governo]", disse o prefeito sem definir uma data para a oficialização do apoio à Dilma.
Segundo integrantes da cúpula do partido ouvido pela Folha, o PSD não deve se posicionar nesse momento sobre o ingresso em um ministério, ficará no aguardo de um convite de Dilma.
Parte da cúpula do PSD defende que o partido deve ser tratado com uma legenda de peso, como o PT e o PMDB, e dessa forma com direito a ministério da "primeira divisão".
Entre as pastas desejadas em 2014 está o de Cidades em razão da grande capilaridade de projetos em âmbito nacional. No entanto, não se descarta para o próximo ano a indicação para a Secretaria de Aviação Civil ou ao futuro ministério de Pequenas e Médias Empresas que já foi aprovado na Câmara e aguarda votação no Senado.
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Alvaro Dias: ‘Eduardo Campos é ilusão da mídia’                                                       



Josias de Souza
Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias tornou-se uma exceção em Brasília. Num instante em que 11 em cada dez políticos avaliam que Eduardo Campos (PSB) virou uma candidatura presidencial esperando para acontecer, o senador tucano declara que o governador de Pernambuco tem pés de barro. “A mídia está iludida com Eduardo Campos”, diz.
Alvaro empilha as “debilidades” do neopresidenciável: “O Eduardo Campos assinou o manifesto governista que chamou de ‘golpe’ o julgamento do mensalão. Ele indicou a mãe para o TCU. Foi o governador que mais recebeu benesses do governo Lula.”
O senador prossegue: “Se fizerem uma pesquisa no Brasil sobre Eduardo Campos, os eleitores vão perguntar se ele joga no Flamengo ou no Corinthians. Ninguém sabe quem ele é. Nós nos iludimos com o que ouvimos ao nosso redor sem ouvir o povo. A imprensa nomeia candidatos.”
O líder tucano arremata: “O PSB do Eduardo Campos tem dois ministérios. Imaginar que alguém pode ocupar o espaço da terceira via sendo tão atrelado ao governo é o mesmo que acreditar em Papai Noel. Há espaço para um candidato alternativo, mas ele precisa ter um discurso forte de oposição. Eduardo Campos teria um discurso parecido com o da Dilma.”

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Dilma divide PSB em dois: Campos e os Gomes

Após reunir ao redor da mesa do Alvorada as cúpulas do PT e do PMDB, na noite de terça-feira, Dilma Rousseff dedicou as 48 horas seguintes ao emergente PSB. Neste caso, preocupou-se em dividir. Na quarta, jantou com o governador de Pernambuco Eduardo Campos, que preside a legenda. Nesta quinta, almoçou com o governador cearense Cid Gomes e com o irmão dele, Ciro Gomes.

Por que Dilma não fez uma refeição única para o PSB? Uma liderança do PT vinculada a Lula explicou a lógica da separação de pratos. Disse que, hoje, há dois PSBs. O dos irmãos Gomes procura a luz no fim do túnel da relação com o governo e o PT. O de Eduardo Campos suspeita que já não haja nem túnel.
Em português claro: Eduardo equipa-se para disputar a Presidência da República. Deixa no ar a hipótese de levar o bloco à rua em 2014, contra Dilma. Cid e Ciro gritam “alto lá!” Defendem o apoio do PSB à reeleição de Dilma. Projeto presidencial, se for o caso, só em 2018. O que são quatro anos para um político jovem como Eduardo?, a dupla se pergunta.
Afinada com Lula, com quem se reuniu na tarde de terça, Dilma dispensou às duas alas do PSB a mesma cortesia. Tratou todo mundo como aliado. Mas deixou antever que não ignora a divisão. Agora, observará os movimentos. Mantida a divisão, prestigiará um lado e tentará asfixiar o outro.
O jantar com Eduardo teve três testemunhas: Roberto Amaral, vice-presidente do PSB; Rui Falcão, presidente do PT; e a ministra petista Ideli Salvatti, coordenadora política do Planalto. Dilma tratou com naturalidade o fato de o PSB ter disputado várias prefeituras contra candidatos do PT. É “normal” e “legítimo” que um partido político queira crescer, disse.
Para evitar indigestões, a presidente evitou levar 2014 à mesa. Ateve-se ao presente. Pregou a conveniência de desarmar os palanques e seguir em frente. Repisou algo que dissera à turma do PMDB e do PT: há trabalho pela frente. Repetiu também o lero-lero segundo o qual convém aos partidos aprovar dois ou três tópicos essenciais de uma reforma política.
Aos irmãos Gomes, Dilma declarou que não deseja senão pacificar as relações entre PSB e PT, calando os “ruídos”. Cid mostrou-se grato à anfitriã por ela ter atendido ao seu pedido de não se meter na disputa em que o seu PSB prevaleceu sobre o PT em Fortaleza. Coisa diversa do que fez Lula. Nessa refeição, mastigou-se 2014. Ficou claro que, entre Dilma e Eduardo, o PSB do Ceará ficará com a reeleição da anfitriã.
No início da semana que vem, Dilma cuidará do PSD. Deve receber o prefeito paulistano Gilberto Kassab, presidente da legenda. Num eventual projeto presidencial de Eduardo Campos, o tempo de tevê da legenda de Kassab é matéria prima essencial. Vem daí o interesse de Dilma de levar o PSD à Esplanada dos Ministérios, incorporando-o à sua caravana reeleitoral já no alvorecer de 2013.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Com jantar no Palácio da Alvorada, Dilma reforça aliança entre PT e PMDB

Encontro servirá mais pelo aspecto simbólico em torno da coalizão do que a discussão de questões práticas

06 de novembro de 2012 | 17h 50
DENISE MADUEÑO - Agência Estado

BRASÍLIA - O jantar marcado para esta terça-feira, 6, à noite pela presidente Dilma Rousseff com a cúpula do PMDB e do PT transmite o recado para o mundo político do fortalecimento da aliança entre os dois partidos, no momento em que as legendas fazem os seus balanços do resultado das eleições municipais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado para o evento, mas sua assessoria não confirma sua presença. O encontro com os presidentes e líderes partidários, além dos ministros das duas legendas, servirá mais pelo aspecto simbólico em torno da coalizão do que a discussão de questões práticas, inviável com o abrangente público convidado para o jantar no Palácio da Alvorada.
Um integrante da cúpula do PMDB lembra que, em 2008, o então presidente Lula fez o mesmo. Reuniu a cúpula dos dois partidos após as eleições municipais para reforçar a aliança. Dessa vez, a ideia da reunião teria partido do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, segundo informou uma pessoa próxima a Temer.

Para o PMDB, o encontro tem ainda como pano de fundo a sucessão nas Mesas da Câmara e do Senado em fevereiro no próximo ano. A cúpula peemedebista quer o líder do partido, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), no lugar do petista Marco Maia (RS), mas enfrenta resistências de setores da bancada do PT e assiste ao crescimento da candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
No Senado, o PT não faz oposição ao nome que o PMDB escolher, até agora o do líder Renan Calheiros (PMDB-AL), seguindo a regra de que a maior bancada tem o direito de indicar o presidente da Casa. Na Câmara, embora o PT forme a maior bancada, um acordo com o PMDB garante o rodízio do cargo entre os dois partidos. Há permissão, no entanto, para o lançamento de candidaturas avulsas para a presidência, o que poderia atrapalhar as pretensões de Henrique Alves.
Setores do PT esperavam um encontro com a presidente para resolver problemas com a pauta prioritária do Congresso: o projeto de distribuição dos royalties, a medida provisória com mudança no setor elétrico, por exemplo. No entanto, com tantos participantes, um petista já baixou as expectativas e se conformou de que o encontro com a presidente terá um contorno político genérico, com discursos de fortalecimento da aliança e citação de projetos importantes a serem votados no Legislativo.

Notícias relacionadas:
Tópicos: PT, PMDB, Jantar

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (1) do jornal O Globo (ILIMAR FRANCO)


1.11.2012 8h00m

Recado aos afoitos
          A presidente Dilma não está gostando das especulações, pós eleitorais, sobre mudanças em seu governo. Aos que procuram falar sobre o assunto, a presidente Dilma avisa que não vai fazer reforma agora, que não autoriza que tratem do tema em seu nome e que esta não é a agenda dela. Alerta que não fará nenhuma grande reforma e que, no ano que vem, poderá promover mudanças pontuais.

Um pouco de história
Os tucanos festejam a eventual candidatura à presidência do governador Eduardo Campos (PSB). Imaginam dividir os votos do campo governista e sequer cogitam da divisão de votos na oposição. Em 2002, o PSB teve um candidato popular ao Planalto, Anthony Garotinho, e o PSDB quase ficou de fora do segundo turno. Para evitar a derrota, o candidato José Serra chamou o economista José Roberto Afonso e ordenou: “Faça uma proposta de reajuste do salário-mínimo melhor que a do Garotinho”. Serra exibiu o seu super mínimo no programa de TV, deteve a sangria em seus votos, segurou o crescimento de Garotinho e foi para o segundo turno.

“O que irrita é a versão para a plateia. Liga a luz da câmera: todos querem a prorrogação. Fecha a porta: a conversa é outra, até na oposição”

Miro Teixeira
Deputado federal (PDT-RJ), integrante da CPI do Cachoeira



Na contramão
A bancada do PSB na Câmara oficializou, na noite de terça-feira, seu apoio à candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) à presidência da Casa. Agora só falta o aval do presidente do partido, o governador Eduardo Campos. Este, terá de decidir se vale a pena, tendo em vista seu futuro político, contestar as direções do PMDB e do PT.

Os ruralistas estão reagindo
O governo comprou nova briga com os ruralistas. O Ministério da Justiça incluiu artigo, no Código de Processo Civil, que impede a reintegração de posse imediata, quando concedida liminarmente, e obriga a prévia audiência de conciliação.

Guerrinha nos bastidores
Alguns deputados do PMDB querem antecipar a eleição do novo líder da bancada. Eles avaliam que se a escolha ficar para depois da sucessão da presidência da Câmara, o atual líder, Henrique Alves (RN), terá força para impor sua preferência.

A política não socorre quem dorme
Uma falha na Taesa, empresa da Cemig, gerida pelo governo de Minas Gerais, provocou o apagão da última sexta-feira. Ontem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) aprovou convite para que o ministro de Minas e Energia dê explicações ao Senado. Irritação no Planalto: “E a Cemig?”. A constatação: Aécio Neves deita e rola e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), se enrola.

De olho na concorrência
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, anda reclamando da eventual nomeação do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) para um ministério.

Mensalão, o best seller
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) se submeteu a sessão de autógrafos de cinco horas, anteontem, em Porto Alegre, ao lançar o livro “O Momento Supremo do Brasil - A Justiça Conquistada: das CPIs ao Julgamento do Mensalão”.

Vitorioso, o governador Eduardo Campos (PE) vai para Fernando de Noronha descansar no feriado e pensar na sua candidatura a presidente em 2014.